Este livro é um presente para quem quer compreender melhor as relações entre literatura e sociedade, o Brasil da segunda metade do século passado, a condição da mulher naquele tempo, a importância das "mulheres de papel" no imaginário dos nossos antepassados. Quando o li, me dei conta de toda a riqueza daquilo que Luis Filipe extraiu de mais de três décadas de dedicação à história da literatura.

(Leandro Konder - UFF)

O título Mulheres de papel também poderia ser de papéis. De papel enquanto produto da criação ficcional corporificada na folha em branco, de papéis, isto é, daqueles papéis que a sociedade representada nos romances de Alencar e Machado destina às mulheres e delas espera o cumprimento irrestrito. Com esse título, Luís Filipe faz uma viagem longa e profunda pelos universos alencariano e machadiano, combinando com grande competência análise histórica com análise de discurso sem resvalar em nenhum momento para soluções fáceis e nem se deixar levar por nenhuma forma de reducionismo. Seu trabalho não é inovador apenas pelo estudo comparado dos dois romancistas, mas principalmente pela profundidade analítica e o rigor metodológico que atingiu. É uma importante conquista para o estudo da literatura brasileira.

(Paulo Bezerra - UFF-USP)

Leia resenha de Miguel Sanchez Neto na Revista Brasil de Literatura

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