Ano II - 1999


Lançamentos de Livros


 

Livraria Ideal: do cordel à bibliofilia

Aníbal Bragança

 

 


0 livro tem sido, às vésperas do marco dos quinhentos anos do descobrimento, instrumento de prestígio para a construção da trajetória cultural do país. A cultura letrada teve no Brasil certa hegemonia entre as décadas de 1870 e 1930. Diante da expansão do cinema, do rádio e da televisão e, nos últimos anos, da informática, o livro jamais recuperou essa hegemonia na cultura brasileira, mesmo com o crescimento constante da sua indústria editorial. Nossa cultura, fortemente oral nas suas origens, e ainda hoje, transformou-se numa cultura da imagem e do audiovisual. 0 livro, ontem limitado pelo analfabetismo reinante, hoje se defronta com a maior valorização e difusão da instantaneidade na informação e do descartável na cultura, tem-se tomado, fora da escola, num meio para poucos. Tende mesmo a ser consumido como objeto de arte e de coleção. Só nos últimos anos a história do livro brasileiro, de sua indústria editorial, de suas livrarias e de seus leitores está começando a ser construída.

A obra Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia, de Aníbal Bragança, professor do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), tem como fio condutor a trajetória do imigrante italiano Mônaco Silvestre que chegou ao Brasil em 1922. Tendo sido vendedor de bilhetes de loteria, apontador de jogo de bicho e até banqueiro do jogo, Silvestre, depois de passar pelas vicissitudes que atingiram os imigrantes na capital república, na época, recomeçou sua vida em Niterói como engraxate. Passou a vender livretos de cordel ao lado da sua cadeira de trabalho. 0 negócio ampliou-se com a venda de revistas e livros usados, vindo a se transformar num sebo, que se tomaria um ponto fundamental na vida literária da antiga capital fluminense, local de encontro de escritores e bibliófilos. Aníbal Bragança construiu a história da Livraria Ideal no contexto do desenvolvimento do sistema de ensino - e a conseqüente ampliação do número de leitores -, e também da indústria editorial e da cultura de massa no país. Seu livro, elaborado com uma metodologia que mistura história oral com pesquisa documental inédita, traz um viés antropológico, entremeando a história da imigração italiana, a história cultural da cidade de Niterói e a relação entre homens e livros. Pode considerar-se uma contribuição benjaminiana para a história social do livro brasileiro.


Aníbal Bragança, bacharel em História pela UFF e mestre em Comunicação Social pela ECA/USP, recebeu o Prêmio Intercom (Editoração) 1996 com a dissertação que foi a base para a elaboração da obra. Foi por duas décadas livreiro apaixonado em Niterói e Secretário Municipal de Cultura (1989-1990).


Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia, lançado pela Edições Pasárgada e EdUFF (Editora da Universidade Federal Fluminense), tem 253 páginas e é ilustrado com mapas e fotografias. Seu preço de capa é R$ 35,00.


Comprar pela Internet:


Abertura |Recepção | Folha de rosto | Indice | Colaborações| Pesquisadores Brasileiros | Bancos de Teses | E-mails | Instruções | Arquivos |Endereços na Internet | Serviços | Lançamentos | Conselho