Ano I - 1998


Lançamentos


Lésbia

MARIA BENEDITA BORMANN (DÉLIA)


 

MARIA BENEDITA BORMANN (DÉLIA). Lésbia.

Atualização do texto e introdução por Norma Telles. Florianópolis: Mulheres, 1998. 264 p. R$ 25,00

Escrito em 1884 e publicado seis anos depois, Lésbia é um dos raros "romances de artista" escritos por uma mulher no século passado. Entrelaça a paixão pela leitura e pela escrita com a paixão erótica e estabelece a ligação entre a busca da protagonista por uma identidade artística, independência financeira e amorosa e a idéia de um teto todo seu. Antecipando temas que até hoje nos assombram, este livro, publicado há mais de um século, permanece atual.

Sobre a autora:

Maria Benedicta Camara Bormann nasceu em Porto Alegre em 25 de novembro de 1857 numa família de prestígio, social e político. Estava com dez anos quando mudaram-se para o Rio de Janeiro. Faleceu, em junho de 1895. Entre esses dois acontecimentos, muito pouco se sabe sobre sua vida. Recebeu uma educação esmerada, falava francês e inglês, contam os comentadores e, como demonstram seus livros, foi uma estudiosa do pensamento e da literatura de sua época. Andradina de Oliveira diz que escrevia desde pequena tendo posteriormente selecionado o que queria conservar e destruindo o que não lhe parecia ter valor. Pintava, tocava piano e cantava com bela voz de mezzo-soprano. Foi casada com José Bernardino Bormann, seu tio materno, herói da Guerra do Paraguai, engenheiro militar de talento que em 1909 tornou-se Ministro da Guerra. Ele também foi escritor e ensaísta, tendo deixado livros sobre as lutas no sul e a guerra do Paraguai. Os sucintos relatos da época sobre a escritora, sugerem ter sido "acidentada sua existência romanesca, e cruel o seu destino" No entanto, nunca essas insinuações se tornam um pouco mais explícitas. Alguns comentários parecem não passar de confusão entre as personagens da autora, especialmente Lésbia, e sua vida. Algo contra o que a própria escritora alertou, várias vezes, afirmando que tal prática levava a enganos e confusões, como o leitor poderá constatar nas páginas deste livro. Talvez, Maria Benedicta Bormann tenha passado a vida lendo e escrevendo no sobrado da rua do Rezende, sorrindo com a ironia que lhe atribuem das insinuações de aventura e romances. As pesquisas não desvendaram nada além dos traços conhecidos da persona pública, segundo o autor do comentários acima, "incontestavelmente uma das mais brilhantes escritoras do Brasil contemporâneo". No início do século vinte, seus livros já haviam se tornado raros, embora ainda fossem muito apreciados por aqueles que possuíam exemplares que com o passar dos anos foram desaparecendo assim como seu nome da memória coletiva.
(Norma Telles)

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