TEMPO E DO SABER
CARMEN LUCIA TINDÓ RIBEIRO SECCO
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO:
O romance Parábola do Cágado Velho, do escritor Pepetela: relações entre mito, memória e história. A parábola como estratégia narrativa e o cágado como uma alegoria do tempo e do saber. A leitura crítica do imaginário social de Angola, desde as origens fundadoras até a época atual.
RÉSUMÉ:
Le roman Parábola do Cágado Velho, de l'écrivain Pepetela: des relations parmi mythe, mémoire et histoire. La parabole comme une stratégie narrative et la tortue d'eau douce comme une allégorie du temps et du savoir. La lecture critique de l'imaginaire social de Angola, dès les origines fondatrices jusqu'à l' époque actuel.
O cágado não ensina a espera. Os homens é que esperam. Escrevo para acordar Nzambi e os homens. *
O romance Parábola do
Cágado Velho (1996), do escritor Pepetela, ao
dar voz aos homens do campo que mais sofreram com as guerras,
continua na mesma clave de repensar, a contrapelo, a história
de Angola. Ao adotar a parábola como estratégia
narrativa, evoca, no plano ficcional, por comparação,
realidades históricas vivenciadas, em diferentes tempos, pelas
populações do interior. Entrelaçando o
fictum e o factum, constrói uma
textualidade cifrada, que também penetra na esfera
mítica, à procura das origens fundadoras da cultura e
da história angolanas.
A parábola ( do grego parabolé), movendo-se no
mesmo espaço retórico da fábula e da alegoria,
se avizinha da primeira por encerrar uma moral e, da segunda, por se
constituir como um discurso que faz entender outro. A narrativa de
Pepetela, portanto, ao focalizar alegoricamente a estória de
amor entre Munakazi e Ulume, bem como a inimizade entre os
irmãos Luzolo e Kanda, narra, na verdade, uma história
subjacente de ódios ancestrais. A animosidade entre os filhos
de Ulume alegoriza, em última instância, a guerra
fratricida travada pela UNITA e pelo MPLA, após a
independência.
Oscilando entre a parábola, a fábula e a alegoria, o
texto de Pepetela apresenta uma estrutura dramática bem
tecida, capaz de enfatizar os conflitos histórico-sociais
vividos por Angola, ao mesmo tempo que conjuga características
próprias a cada uma dessas formas literárias: como a
parábola, é protagonizado por seres humanos e veicula
uma lição metafórica e hermética,
acessível apenas aos iniciados; como a fábula, passa um
ensinamento, apresentando uma personagem do reino animal - o
cágado velho, símbolo do saber e do tempo angolanos;
como a alegoria, opera com uma linguagem sobredeterminada,
encobridora de outra.
Atentando-se, ainda, para o outro significado de parábola -
"do grego 'parabálio', figura traçada de
um lugar plano dos pontos eqüidistantes de um ponto fixo e de
uma reta fixa de um plano" (HOLANDA: 1976, 1041) - , percebe-se que a
narrativa descreve um traçado oblongo, semelhante à
forma geométrica de uma parábola, tanto que o texto se
abre e se fecha tendo por cenário um mesmo local, a montanha
da Munda, onde Ulume sobe para assistir à paragem do tempo e
poder observar, desse local fixo, os pontos eqüidistantes do
passado para, assim, efetuar uma profunda reflexão a respeito
da história de seu país.
O discurso enunciador do romance funciona como uma espécie de
antena parabólica capaz de captar imagens de tempos e
espaços diversos e distantes, fazendo com que o outrora e o
presente dialoguem, numa releitura crítica, fundadora de uma
nova historicidade. A trajetória de Angola é,
então, revisitada a partir de cinco planos temporais: o do
antigamente, tempo primordial, da oratura, das tribos, dos sobas
(1);
o do outrora colonial, tempo das guerras de kuata-kuata
(2)
, em que se apanhavam escravos; o do passado da
Revolução contra o colonizador e da paz aparente que
reinou logo após a independência; o do passado recente
com a guerra civil desencadeada entre o MPLA e a UNITA; e,
finalmente, o do presente dilacerado, após tantas lutas
mutiladoras do corpo social angolano.
A enunciação romanesca comanda os entrecruzamentos
desses planos temporais. A voz narradora em terceira pessoa,
utilizando-se do pretérito imperfeito, traz todas essas
memórias. Valendo-se, também, em alguns momentos, de
interrogações, põe em questão certos
costumes da tradição e dos tempos atuais, reavaliando,
assim, a história de Angola, segundo uma temporalidade
múltipla e dialética. O percurso rememorativo
traçado enfatiza que o processo histórico angolano
sempre foi pontuado por guerras. Primeiro, as tribais, entre
sobas, inscritas no campo do sagrado, motivadas pela disputa
de espaços e alimentos. Depois, as guerras por braços
escravos, caracterizada pela exploração dos brancos,
pela prepotência dos colonizadores. A seguir, registra a grande
revolta que dizimou tantas aldeias, mas que culminou com a
independência e ocasionou um período de paz, embora
pequeno, porque, logo após, veio a guerra civil, moderna, cuja
ação nefasta, fratricida, destruiu o país,
espalhando fome, doenças, miséria e desencanto por toda
parte.
Parábola do Cágado Velho busca
revitalizar os caminhos épicos da ficção
angolana, cuja identidade ainda precisa ser erigida, tendo em vista a
perda da memória cultural por tantas lutas e
contradições que fizeram esquecer a sabedoria dos mais
velhos. Pelo viés da literatura de fundação, o
texto se assume como "regresso e procura das origens " (PAZ:
1972, 125). A narrativa, mesclando o mythos e o
epos, reinventa o passado, repensando as guerras, a partir
de um mergulho nos labirintos do inconsciente coletivo.
Essa obra de Pepetela se estrutura como uma epopéia moderna
das guerras de Angola, ou melhor, como uma anti-epopéia,
porque não são a heroicidade e o ufanismo
históricos que são cantados, mas os sofrimentos e a
resistência do povo do campo. O romance apresenta uma
invocação, entretanto, esta não apela, como
ocorre nos cantos épicos tradicionais, aos deuses para
auxiliarem o artista em sua criação; clama, ao
contrário, para acordar Nzambi (3),
no sentido de fazê-lo enxergar as desgraças acontecidas.
Não espera a ação messiânica de
divindades; questiona, sim, a resignação ensinada pela
tradição angolana:
Até hoje, os homens, parados, atónitos, estão à espera de Suku-Nzambi. Aprenderão um dia a viver? Ou aquilo que vão fazendo, gerar filhos e mais filhos, produzir comida para os outros, se matarem por desígnios insondáveis, sempre à espera da palavra salvadora de Suku-Nzambi, aquilo mesmo é a vida ? (PEPETELA: 1996, 9)
As constantes indagações da voz
narradora instigam a consciência do leitor, transformando a
invocação em um clamor aos homens para que, ao
invés de esperarem pelos desígnios divinos, despertem e
tentem mudar o curso da história.
A narração mitopoética dessa obra de Pepetela
faz recordar o outrora e a natureza. Re(cord)ar, no sentido
etimológico de repor as imagens perdidas no
coração do humano, resistindo, desse modo, às
contradições cúmplices da ganância, da
opressão e do poder que geraram, em Angola, a discórdia
entre tribos e partidos irmãos. Esta é a grande
parábola do romance.
A preocupação com as origens e a discussão do
processo de formação da nacionalidade angolana
estão presentes em toda a obra de Pepetela. A referência
mítica aos gêmeos Namutu e Samutu, saídos da
Serpente-Mãe, já se encontra no romance Lueji,
com o qual há uma clara intertextualidade, cuja
função principal é reafirmar a proposta de
diálogo crítico com os elementos fundadores do processo
identitário em Angola. A figura simbólica do
cágado, como sustentáculo da Lunda, também
aparece nos dois romances. Em Parábola do Cágado
Velho, esse animal é portador dos ensinamentos ancestrais,
sendo uma alegoria do tempo, do saber e do próprio olhar sobre
a história. É a partir dele que Ulume consegue
suspender o tempo para refletir sobre a tradição e a
modernidade. O cágado lhe ensina "a ruminação
dos silêncios" (PEPETELA: 1996, 38), a capacidade
contemplativa capaz de o fazer compreender "o inefável que
reside além das fronteiras das palavras" ( BOSI: 1983, 107
).
Ao ver o cágado sair da gruta e beber a água do regato
que origina o rio Kuanza, Ulume se desliga da rotina de sua vida na
aldeia e ingressa nas fontes míticas do outrora primordial,
percebendo que:
o ser vibrante do silêncio não depende só da voz precedente: esta dá o estímulo, mas não é tudo. O outro momento, aquele que mantém a intersubjetividade, o momento da atenção, ponta extrema e fina do espírito, é que traz à consciência social o sentido vivo do silêncio. (BOSI: 1983, 107)
A Munda e a gruta habitada pelo cágado
funcionam na narrativa como espaços simbólicos
matriciais através dos quais Ulume reencontra "as
águas da infância " ( PEPETELA: 1996, 180 ), as
águas da memória, as águas restauradoras do
outrora. O cágado é o interlocutor-mudo que apenas tem
o poder de despertar-lhe a consciência, por intermédio
da apreensão de um silêncio profundo capaz de inquietar
sua subjetividade prenhe de angústias bloqueadoras dos
desejos.
Uma outra alegoria presente na narrativa, a da granada, assinala
grandes desequilíbrios a acontecerem na história de
vida do protagonista e na de sua aldeia. Aviso dos antepassados, a
explosão traz a Ulume a revelação de um novo
amor: por Munakazi, uma jovem quase da idade de seus filhos. Os
pés convergentes da moça o atraem de forma
arrebatadora. Munakazi representa o novo, a modernidade, o erotismo
de que Ulume precisava para rejuvenescer. Entretanto, carrega uma
misteriosa melancolia nos olhos, que vem avivar em Ulume o sentimento
de perigo já há algum tempo pressentido no ar.
Interessante notar que, ao apresentar Munakazi, o discurso narrador
deixa a terceira pessoa e usa a primeira do plural, o nós,
acumpliciando-se também com o leitor, a quem instiga à
decifração do enigma narrativo.
O romance, cujo fio central narra a história do novo amor de
Ulume, se arma pelo encaixe de vários casos e cenas de tempos
diversos, os quais, sem obedecerem a uma cronologia factual,
vêm e voltam à memória do protagonista, fazendo-o
tecer analogias entre o presente e o passado de Angola.
Antes de Munakazi, houve muitos outros tempos. A voz narradora chama
atenção para o fato de que " há sempre um
tempo antes do tempo " (PEPETELA: 1996, 22 ). Suas perguntas
vão pontuando o que é importante, o que deve ser
repensado pela personagem principal e pelo leitor. Assim, vai
efetuando um contraponto às lembranças de Ulume,
mostrando que a luta pelo poder sempre existiu, "desde os
avós dos avós" (PEPETELA: 1996, 20). Critica os
sobas que usavam a religião e a crença nas
divindades para justificarem suas lutas por mais espaços, ao
invés de pensarem no povo. Denuncia o soba-cazumbi
(4)
que vendia os negros para as roças de café dos brancos
e utilizava como castigo o Bruco, buraco enorme, onde mandava atirar
quem o desobedecesse (PEPETELA: 1996, 27 ). Recorda, depois, o tempo
dos impostos e a fundação de Calpe, a cidade dos sonhos
também presente no seu livro Muana Puó, cuja
simbologia, como nesse romance, está relacionada às
utopias libertárias que culminaram com a grande revolta, a
qual determinou não só a saída dos brancos, mas
também, nos anos seguintes, a disseminação de
outros ódios e violências. Segue-se, então, a
memória de um tempo de convivência entre Ulume e a
Muari, a primeira mulher. Tempo da criação dos filhos,
do povo renascendo da Munda, da inexistência dos impostos, do
trabalho a dois no campo, da produtividade das
plantações, embora houvesse ainda um prenúncio
de "perigo no ar ", para o qual a voz enunciadora, sempre
atenta, alerta: "a paz era definitiva ? " (PEPETELA: 1996,
26). Após esse curto período de trégua, sucedeu
o tempo da separação que foi o da divisão das
tribos, da família, da implantação do
capitalismo e da modernidade, levando para a cidade, em um carro, os
filhos de Ulume, Luzolo e Kanda, os quais foram lutar em campos
diferentes, o que, alegoricamente, evidencia a cisão
política de Angola.
A explosão da granada marca o ingresso nesses novos tempos de
separação e dor. É a ocasião em que Ulume
se apaixona por Munakazi e deixa em segundo plano a Muari. O desejo
pela jovem representa para Ulume a busca do erotismo vital que se
extinguia nele em função das perdas sofridas com as
guerras e com a partida dos filhos. Cabe, de novo, chamar
atenção para o fato de que o que mais o atraía
na moça eram "os pés convergentes, com dedos grandes
levantados" (PEPETELA: 1996, 15). Essa preferência
erótica pelo pé é bastante significativa.
Entre várias tribos africanas, há muitos mitos a
isso relacionados:
(...) para os dogons, por exemplo, o dedão do pé é símbolo de sexualidade, representando a idéia de força vital. Entre os bambaras, atribui-se à mulher, cujo vão entre o dedão do pé e o dedo seguinte é bem grande, uma forte tendência aos apetites sexuais. (CHEVALIER: 1988, 327-328 )
Para os bambaras os pés são
também um instrumento iniciático de chegada e de
partida, de iluminação e de descoberta ( CHEVALIER:
1988, 694-696 ), representando a chave de um enigma a ser resolvido.
Nas crenças dessa etnia, os pés, entretanto, nada podem
sem a cabeça, pois são sempre comandados por esta.
Em Parábola do Cágado Velho, os pés
convergentes de Munakazi admitem, por analogia, várias
interpretações: não só conotam a
eroticidade que Ulume buscava para atenuar suas angústias,
como também se fazem signos representativos de partida e
chegada, de cisão e reencontro. A curva oblonga que desenham
atraem Ulume e deixam, no leitor, a curiosidade de um enigma a ser
desvendado.
Munakazi se casa com Ulume, porém, como os filhos dele, foge
para Calpe, local das utopias revolucionárias. A
intertextualidade com os romances Muana Puó e O
Cão e os Calus, obras anteriores de Pepetela em que Calpe
também está presente, é evidente. Só que,
em Parábola do Cágado Velho, essa cidade surge
não mais como espaço dos sonhos, mas como lugar de
pesadelos, distopias, misérias e desencantos:
Olhou para o lado da gruta e viu o animal, mas não a sua cabeça, tapada pelo capim. Estaria também o cágado a olhar para o mesmo sítio de onde ele conseguira tirar os olhos? Nunca o saberia. E, no entanto, naquele momento achou que isso era inevitável. Quem sabe até era o cágado a causa do estranho fenômeno? Não são eles o alicerce do mundo, as bases de todos os tronos, a forma de Mussuma, a capital lunda? Sabedorias antigas, hoje desprezadas pelos jovens que correm atrás de carros e modas, na busca ansiosa de Calpe e dos prazeres. (PEPETELA: 1996, 39) [ grifos nossos ]
Ulume sofre com a partida de Munakazi, mas essa nova perda o abala mais profundamente, pois o atinge também em seu machismo. A desorientação que lhe invade o âmago o leva ao desespero existencial. A dor, entretanto, instiga-lhe a consciência e ele, buscando o reequilíbrio, passa a efetuar reflexões importantes que são de ordem social e histórica. Confronta, então, os tempos antigos aos contemporâneos, percebendo certas semelhanças entre o terror exercido pelos sobas, no outrora, e o medo pelo clima tenso provocado pelas guerrilhas, no pós-independência. Relacionando os ressentimentos entre os filhos, Luzolo e Kanda, e os partidos políticos do país, o MPLA e a UNITA, Ulume descobre que, em última instância, essa animosidade assinala o descompasso reinante entre as palavras antigas e as atuais:
Os antigos diziam as palavras eram tudo, eram força. Pode ser, no passado. Quando se usavam as palavras exactamente para se dizer o que se pensava e não como arma para confundir os outros.. Para criar uma ponte entre Luzolo e Kanda não bastavam palavras, tinham mesmo de ser barrotes, troncos fortes e largos como os da mulemba ou mafumeira. E bem amarrados por cordas de mateba ou lianas. Aquela raiva toda ia alguma vez passar? Além dos troncos e das lianas, era preciso tempo, muito tempo. Mas havia uma pergunta que há muito lhe perfurava a cabeça e resolveu fazê-la a Kanda:
-Tu sempre foste esperto, por isso podes me explicar. Quem ganhou com esta guerra? Tu talvez tenhas ganho, pelo menos parece pelo aspecto. O teu irmão não tem nada. Quem ganhou, eu não sei. Quem perdeu, isso eu sei, fomos nós todos. (PEPETELA: 1996,162) [ grifos nossos ]
Essa lucidez em relação às
perdas que, no contexto das guerras angolanas, afetaram mais os
camponeses e os já oprimidos ilumina a compreensão
histórica de Ulume, anunciando-lhe um tempo de novos
reencontros. Luzolo regressa, Munakazi também, mas o peso das
tradições machistas e o orgulho do amor próprio
ferido o impedem de aceitá-la, embora se apiade dela pelos
sofrimentos terríveis por que, em Calpe, a moça
passara. Sente, então, a necessidade de retorno à
Munda. Nesse momento, a curva da narrativa converge, oblonga, em
forma de parábola, para o mesmo ponto fixo com que o romance
se iniciara - "o da paragem do tempo":
Ulume deixou o animal beber e foi à entrada da gruta depositar fubá de milho. Depois foi ele próprio beber a água da sua infância. E uma alegria muito calma começou a preencher todos os seus vazios, com a pureza da água, com a mensagem do cágado, com o mundo voltado ao normal. (PEPETELA: 1996, 180)
Ulume reencontra a paz e, finalmente, decifra o enigma do
cágado velho, cuja lição, alegoricamente
construída, é a seguinte: só as
tradições, a "água da infância ",
ou seja, as águas míticas da memória, podem
significar mais para os seres humanos que o tempo agressivo da
história contemporânea, preocupada, principalmente, com
questões de poder e progressos materiais.
O fundamental, em Parábola do Cágado Velho ,
é a crítica feita não só ao caos
existente no presente de Angola, após a guerra civil, mas
também às contradições do antigamente,
sem, entretanto, desacreditar do trabalho da memória, uma das
formas ainda possíveis de resistir e de recuperar os
vários rastros identitários formadores do tecido
multicultural de que se constitui o imaginário social
angolano.
NOTAS:
* Trecho
da palestra proferida pelo escritor na UFF, em 25/6/97.
** Escritor angolano, vencedor do
Prêmio Camões de Literatura em 1997.
( 1 ) Palavra que significa chefes
tradicionais das aldeias angolanas.
( 2 ) A expressão é
traduzida por "agarra-agarra", significando as guerras em que eram
apanhados os escravos, nas aldeias.
( 3 ) Deus supremo, nas
religiões angolanas.
( 4 ) Cazumbi significa
espírito. Soba-cazumbi era o apelido desse chefe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, Benedict .Nação e consciência
nacional. SP: Ática, 1989.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e
política. SP: Brasiliense, 1984.
BHABHA, Homi. Nation and narration. London:
Routledge,1990.
BOSI, Alfredo. O Ser e o tempo da poesia. São
Paulo: Cultrix, 1983.
CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de
símbolos. Rio: José Olympio, 1988.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário da
língua portuguesa. 1. ed. 3a
impressão. Rio: Nova Fronteira, 1976.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pós-modernismo e
política. 2. ed. Rio: Rocco, 1992.
MOURALIS, Bernard. As Contraliteraturas. Coimbra:
Almedina, 1982.
PAZ, Octavio. Signos em rotação.
São Paulo: Perspectiva, 1972.
PEPETELA. Parábola do cágado velho. Lisboa: Dom
Quixote, 1996.
REDINHA, José. Distribuição étnica de
Angola. Luanda: Instituto de Investigação
Científica de Angola, 1971.
REIS, Carlos e LOPES, Ana Cristina. Dicionário de
narratologia. Coimbra: Almedina, 1987.
SAID, Edward. Cultura e imperialismo. SP: Companhia das
Letras, 1995.
STEINER, George. Linguagem e silêncio. São
Paulo: Companhia das Letras, 1988.
CARMEN
LUCIA TINDÓ SECCO é Doutora em Letras
Vernáculas ( UFRJ, 1992 ), Supervisora do Setor de Literaturas
Africanas de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pesquisadora do CNPq.
Desenvolve a pesquisa Sonho, Paisagem e Memória nas
Literaturas Africanas. Publicações nas áreas
de Literaturas Africanas e Brasileira, entre as quais: Morte e
prazer em João do Rio (Rio: Francisco Alves, 1976),
Além da idade da razão ( Rio: Graphia, 1994),
Guia bibliográfico das literaturas africanas em bibliotecas
do RJ (Rio: F. Letras / UFRJ, 1996), Antologias do mar na
poesia africana ( Rio: F. Letras / UFRJ, 1997 / 1998, 3 vol.
).